O tremor do terror me fascina à criação do belo
Não passa de amarelo a cor desse azul-piscina
Mergulho no poro quando arrepiado
Ser pequena poça em pelo desanuvia
Peço passagem à carruagem que me congestiona
Nem vejo cavalos ou suas correntes
Saio à corrida através do medo
Quem sabe viagem, ilusão de um segredo...
O que faria Zeus em seu lugar? Mitologia.
Não compro a beleza da Grécia
Pálidos mármores, gélidas frontes
A fonte da tristeza está no ar
Um vírus, um tiro no gesso armado
Concreto surreal muro de ser
Você não existe em nada que não for lembrado
Cartas entregues desintegraram-se já
Meu desejo é a mais pura certeza da morte
Porque tudo passa e finge que não vê
Veja você: - que galho de almas!
Dentre esta árvore da vida, raiz a romper.
O solo árido barreia costelas
Então logo seremos estrelas aos montes
Frágeis remelas a se jogarem de pontes
Ao sonho que, se acordou, preguiça revela ao nascer.
PAOLA BENEVIDES
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