05 maio 2008

Criação, balões, intriga de bastidores

“Vamos falar de balões?”
“Vamo arrebentar a boca!”
“No céu despontam inúmeros pontos coloridos...”
“Botões rosa feito rosas de Dali”
“Embasbacados, olhávamos para as cores e demoramos um pouco até perceber que se tratavam de balões anões.”
“Éramos grandes o bastante, jantando cerejas...”
“O que era aquilo? Buscávamos nos olhares em nossa volta a constatação de que não sonhávamos. Nossa companhia mútua não nos parecia suficiente.”
(Pal, quero fazer dessa colagem um miniconto)
(me toquei)
(tão bonitinha escrevendo entre parênteses)
(haha)

Uma hora e vinte minutos depois...

“Teu macarrão ficou muito Clive Barker.”
“Eu não tou te podando, tou?”
“Não, eu vou editar. Vou colocar assim ‘com a colaboração da Pal’”
“PQP! Tu ta nojento. Pronto, parei. Estava falando do macarrão, transformei o colar em macarrão. Daí você continuou com a jóia da Itamaraty – que eu acho muito local. Essas coisas só dão certo quando espontâneas. Muito estudadinho não consigo nem a pau.”
“É porque acho que em mim esse texto já está pré-criado. Desculpa meu amor.”
“Ai! Soberba.”
“Que?”
“Msn é foda. Esse ‘meu amor’ foi falso.”
“Não. Esquece então.”
“Peraí! Quando eu edito nossos textos não ponho esse negocinho de colaboração não, só assinamos os nomes. História a duas mãos tem que deixar se penetrar um pelo outro. Como aconteceu.”
“Que bobagem, Paola.”
“É, eu sei.”
“Essa história já esta muito avançada pra gente conseguir fazer a dois.”
“Bora continuar.”
“Colocando tudo junto, o meu texto e o teu, perde o senso. Não está colando.Tu só vai se aporrinhar mais.”
“Foi isso o que eu quis dizer. Iso 9001.”
“É.”
“Estilos diferentes. Mas o lance legal ta nisso. Achei que fosse algo fantástico. Daí fui Lucy in the sky demais, como sempre.”
“Mas o teu macarrão é trashizante demais. Extrapola o fantástico.”
“O itamaraty é muito real e local.”
“A gente ta brigando.”
“É.”
“Vem, vem.”

Paola Benevides et Tarco Lemos

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