11 maio 2011

Tomando notas


  • Há um punhado de coisas, nos textos poéticos, que devem ser conscientes e deliberadas. Na verdade, o mau poeta é habitualmente inconsciente onde dever ser consciente, e consciente onde deve ser inconsciente. Ambos os erros tendem a torná-lo "pessoal". A poesia não é uma liberação da emoção, mas uma fuga da emoção; não é a expressão da personalidade, mas uma fuga da personalidade. Naturalmente, porém, apenas aqueles que têm personalidade e emoções sabem o que significa querer escapar dessas coisas.
Antonio Candido
In:Tradição e Talento Individual (1989).

Daí, Kay Ryan, uma poeta muito apreciada por nós, diz o seguinte:
  • Um poema é como uma maleta de palhaço. Mesmo vazia, o palhaço não pára de tirar coisas de lá. "A poem is an empty suitcase that you can never quit emptying. "
e para lidar com essa coisa complicada de emoção poética (poesia confessional), que, vinda de gentes com mais de 25 anos aumenta exorbitantemente os riscos de vexame, Ryan explica:
  •  Se você encostar gelo na pele, ela fica vermelha. Teu corpo manda sangue pra região. Pensando nisso em termos de escrita, a escrita mais calma nos atrai, chama nossas emoções. "If you put ice on your skin, your skin turns pink. Your body sends blood there. If you think about that in terms of writing, cool writing draws us, draws our heat."

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