27 julho 2014

MISSIVA EM MÍSSIL

Recebi esta carta do Tarco há exatos dez anos. Inexplicavelmente, fui remexer os baús do passado e, relendo, questionei-me sobre o mundo - esta roda gigante que entremeia guerras e paz, quase em looping. Eis uma perturbadora sincronicidade acerca do que, hoje, também nos defrontamos em realidade:

"(...) Você não acha que estamos demasiadamente insensíveis? Aquilo no Iraque é nojento, a questão da invasão de Israel na Palestina é cruel e não discutimos isso, ficamos indiferentes dando graças a Deus por estarmos longe. Aonde vamos parar? Às vezes, invejo aquela juventude engajada dos anos 60 e 70. E a cooperação mundial para que o planeta não seja dizimado pelo homem que mais parece uma peste de cupim, onde anda? Somos mais de seis bilhões de pessoas! Faz bastante tempo que esse número me assusta. Há alguns dias, escrevi isso, pensando no mundo: 

VELHO MUNDO DE AREIA
MUNDO VELHO DE VIDA
MUNDO CHEIO DE GENTE
CHEIO DE GENTE E VIDA
AREIA VELHA SOPRO DE VIDA

Às vezes, a situação do mundo me inquieta e me acalmo escrevendo algumas bobagens. Como conseguimos raciocinar (?), nossa capacidade de reflexão supostamente nos dá uma grande responsabilidade. Precisamos do planeta, mas ele não precisa de nós para continuar a existir, muito pelo contrário (...)."

TARCO ZAN, 17 de Julho, 2004.

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