30 agosto 2008

pal erma,

protelei chegar ao fim da história, do romance que eu lia. mas inevitavelmente acabou-se. tudo suspenso num outro mundo, inventado, como nossa própria vida, pal. o que dizer? fatal. a casa no fim do mundo de michael cunningham é um romance fatal. pra não falar na imersão cultural em que me enfiei. os personagens ouviam laura nyro e lá fui eu ouvir também. assim como van morrison. tive que ler esse livro justo agora em que a incerteza me deixa numa espécie de limbo entre dois mundos: a vida antes e depois desse ano de 2008. e 2007 foi uma verdadeira hecatombe, o meu 11 de setembro. 2008 foi o momento de retirar o entulho e ter a dimensão do rombo. claro, ainda estou limpando a área.

hoje fizeram festa aqui em casa e eu não sabia o que fazer de mim, dos meus braços, pernas, meu corpo inteiro, tão presente mas desnecessário. peguei em muitas mãos. fiz o que pude com o meu rosto exposto, mas poderia ter feito mais, muito mais. agora que não há mais o que fazer parece fácil, possível. a banda do meu sobrinho tocou jota quest; encontrar alguém, acho que é a única deles que eu gosto. ele, meu sobrinho... ah pal, tanta coisa posso contar sobre essas pessoas que estavam aqui. mas aqui não.

mudando de assunto, vejo que fui feliz durante muito tempo, e cansei. felicidade não é tudo, agora eu quero dinheiro. já prevejo o teu horror, tua cara feia. mas é. eu quero mais é folhear um livro em roma enquanto bebo um café à espera de um deus grego. ou ir contigo pra dublin e constatar que lá definitivamente é uma droga de lugar. dar bobeira em alexandria. morrer de tédio em cuzco. agora vou ali em pacoti, de novo, sumir um bocadinho. beijos darling.

tarco

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