Quando li o poema abaixo não resisti e traduzi. Lindo, lembra Canção Por Acaso, da Adriana Calcanhotto (uma música sem som): expresão do indizível.
Lawrence Raab, o autor, eu não conhecia. Quanta gente, quanta alegria... As rimas da tradução são acidente.
O poema que não pode ser escrito
é diferente do poema
que não está escrito, ou os muitos
que nunca foram acabados – aqueles barcos
perdidos na neblina, à deriva
em latitudes calmas,
os mapas inúteis, as águas passadas
no poema que não pode
ser escrito não há perigo
com o desencargo de sentido
nenhum sentido. E este
é seu esplendor, assim é como
ele se torna um emblema
não de fracasso ou perda,
mas do impossível.
Então o vento surge. As velas gastas
inflam, e o ar fica brando.
Uma ilha verde aparece.
Todos estão salvos.
Tarco
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