13 junho 2009

Carta#1 - ansiando por resposta

Meu amigo,

Chamei-te há pouco de alter-ego bandido via TWITTER... Estou viciada nesse novo fragmento de universo paralelo. Minha cara: sintética. Lembrou-me minicontos pelas postagens em apenas 140 caracteres. Mas como vai a vida extra-cibernética? A academia não te pôs um ar sério, distante? Sinto falta dos nossos silêncios bem compreendidos, risos no canto da boca por qualquer bobagem de meio de rua. Por mais desprovidos monetariamente, creio que ainda sejamos ricos em improvisos malacos. Fico aqui chocando enquanto te imagino em visitas à pedra da galinha. Já viu discos voadores por aí? Minerais e matagal atraem estranhezas. A energia deve ser boa, então, FREAK OUT! Sabe, fiquei com pena de deixar esse blogue esquecido, já que a manutenção era tua e a tensão de escrever era minha. Mania de querer selecionar as coisas boas (que nunca vinham), então decidi pôr as coisas ruins mesmo. Devo ser melhor nisso assim, digitação fluida, sincera, mas burra, por conta dos eus irreconciliáveis mins comigo mesma na literatura. Falar nela, estou a produzí-la de outras formas. Música, sarau, mímica. Hoje estou com preguiça de falar com qualquer um, queria te ver com certa urgência para isso. Nossos encontros semanais ao acaso se esvaem com essas ocupações necessárias à sobrevivência. Manda um SINAL, nem que seja teu nome assinado. Traz uma crosta de giz, um conhecimento renovado. Quando vai me chamar? Devo visita, levo a cachaça, a platéia e o Benfica. Sexta assisti a uma peça sobre casamento e voltei transtornada. Decididamente não almejo chegar nem perto disso, prefiro parir minhas insanidades coloridas que meter filho no mundo e ter desgosto pelo resto da vida. Soube de outra amiga grávida, já é a quarta que tenho notícias! Desculpa, mas senti nojo da situação. Vai acabar infeliz. Criança é desperdício nesse mundo miserável. Tu tem mais ar maternal que eu. Essa semana me segurei pra não esmurrar uma balofinha birrenta dentro do ônibus, até me levantei do assento pra poder fitar todo meu ódio naquele corpinho zoadento, eu te juro! Evito beber, sabe dos meus surtos. É capaz mesmo d'eu jogar filho de alguém pela janela. Também sinto falta de uma erva. Falo como se eu fosse junkie, sendo que se fumei três vezes foi muito. Nunca mais traguei nem aquele Black mentolado, tua presença será motivação para isso. Há tempos não trago um velho amigo pra perto, sinto que devo me mover mais. O narcizismo acaba comigo, embora seja lucrativo. Escrevo-te cheirando à tinta de silk. Vivo agora pintando camisas, é até divertido. Mas preciso de um sustento digno tal o teu. E como é lá? Como está tua assiduidade para o cá? Espero voltar a ornar guardanapos contigo, molhá-los de suor do copo, garranchos de poesia. Vamos ligar nosso Bluetooth para trocar imagens, conectar aos ativos para assustarmos com pornografia gratuita. Acabei de ouvir teu riso alto, Bira do Jô fica no chinelo. Meu irmão, esse ano eu termino a faculdade. Penso em comprar uma vespinha pra loucomoção futuramente. Cadê teu fusca? Devo uma ida ao NOISE3D, Era 80, qualquer coisa chapante pra dançar bem muito. Morrissey nos clama. Toparia outro show de trans também, senti-me bem ali com aquelas Drags enormes, plumas, bate-cabelo. Se eu lembrar de algo mais, volto a postar e a apostar em nós neste antro e ad infinitum!

Um beijo na bochecha do Quico,

Pal.

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