14 junho 2009

Resposta # 1 - um papel pro blog

Querida minha amiga velha de sempre,

Que bom! Também ainda sinto isso, essa correspondencia. Ainda estou me adaptando à cidade, ao trabalho e todo o resto. Bem, ar sério e distante me acompanha desde sempre, e só quer dizer que sou sério e avoado. Me tranformo quando tou com o povo, contigo. Falando em freakout... almoço num lugar chamado Rita. Casa simples, comida caseira, gente de todo tipo. Funcionário público almoça na mesma mesa que entregador de gás, chefe come o mesmo PF que o empregado e jogam conversa fora entre si. Todo mundo diz bom dia ao chegar e tchau pessoal ao sair. Um mundo fofo, não fosse pela atendente do lugar, Célia. Uma dessas morenas despachadas saidas dum romance do Jorge Amado no abuso, má vontade e charme. Você pergunta se tem suco, ela diz que tem, e vai embora. Se quiser beber alguma coisa, precisa chamar e recomeçar o diálogo com a gata. Moça, quais as opções? Ela aponta pra uma lista na parede e diz, menos maracujá. Sobre as inúmeras opções do cardárpio, a partir do segundo dia que você aparece por lá, ela pergunta: vai querer que eu repita? É o mesmo de ontem.

Dizem que os arredores da cidade é muito bonito, ideal para caminhada, trilha. Há muitos pontos que pretendo ir. Ainda não encontrei um local fixo para ficar. Estive num hotel surreal, desses que fazem parte do posto de gasolina. Os quartos lembram o interior de uma casa cubana, já viu? Aquela coisa de outro tempo mantida de pé porque é o jeito. Eu achei um charme. Escrevi um pouco com o caderno no colo. No quarto há apenas uma cama antiga pintada de branco, um ventilador, e uma banqueta vermelha dessas de boteco. O trinco da porta veio na minha mão quando entrei lá pela primeira vez. Mas o café da manhã é bom. É provável que em breve uma colega e eu aluguemos um lugar e daí vou poder receber o povo e explorar a região.

Estou voltando sempre nos fins de semana, daí conversamos mais.

Beijo e relaxa e conta de 1 a 10. Alonga o corpo. Brinca com a Nina. Assiste Mamma Mia. Dramatiza umas músicas pro Marça adivinhar. Fala umas verdades (só pra quem entende e merece) e se desafoga porque a gente nasceu pra brilhar.

Te quero

TZ

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