10 outubro 2009

sala de depilação


bem, minhas conexões funcionam bem ultimamente e até quando não funcionam para mim está muito bom. mas não é disso que vou falar.

na sala de depilação, Angélica diz que dependendo do lugar, ela não faz. prontamente e neutramente, como se eu fosse alemão, determinei as zonas, todas muito seguras do ponto de vista da pudicícia de Angélica, que eu adivinhava fácil. ela me olhou como boa cearense diante de um alemão, e cobrou quantia estratosférica. depilação masculina é diferenciada, ela disse. negociei, óbvio, afinal, não lembro de pose em alemão, somente prontidão e neutralidade. determinado, fui até o fim, mesmo com a voz de Angélica me desconcentrando a neutralidade, atrapalhando a distância mental que eu tentava manter do cubículo que me via, com ela. nazista, ela estava para me queimar com a cera. falava e falava, e eu impassível. Angélica disse nunca ter visto pessoa como eu, que não fazia "careta", não dava um ai, nem reclamava. de um jardim japonês, onde eu me colocava no momento, projetando imagens de Sei Shonagon para me livrar de Angélica, mandei ela pra puta que pariu. sorri, com o canto da boca. Angélica, como se também tivesse se ausentado na própria tagarelice, surpreendeu-se com a pele nua sem pêlo, ianomâmi.

maldita Angélica que ainda zune nos ouvidos.

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