tenho uns caixõezinhos no coração que me
nasceram quando partiste, se regados com
cuidado, brotam mortos como flores negras pelo
interior das veias, que me assombram o sangue, corando
a minha pele numa vergonha e sentindo medo
são uns mortinhos pequenos que muita gente
nem sabe que existem, acreditar em fantasmas é
só possível para quem tem muito amor e recusa a
pequenez da vida sem continuação
tenho uns caixõezinhos no coração que se
abrem a toda hora, quando me deito, ouço-os
embatendo de encontro ao peito, talvez com vontade
de ir embora, talvez só por ser o amor tão estreito
valter hugo mãe
do livro contabilidade
valter lê o poema no video
do blog: http://www.casadeosso.blogspot.com/
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