
Nunca fui muito com a cara da Lingüística, mas devo admitir as conjunturas da linguagem verbal sob o ponto de vista transformacional, ou seja, encarar esse substrato social com todas as suas variações e possibilidades criativas. O uso que se faz da língua é de pura liberdade. Utopia é, em contrapartida, formar falantes sob essa carapuça da Gramática normatizada. Os puristas são tão insossos quanto uma página de jornal sem poesia, resvalando num suicidai-lo-ei-vos de soslaio burro. Tão pedantes esses pedintes de mais-que-prefeitos onde se arruinara a palavra com o pulo das letras tortas para fora das pautas.
Narrativas lineares me causam tanto enfado quanto caminhar sempre na linha. Reta. Lhos. Alhos e bugalhos para exorcizar esses vampiros da alta Literatura, que confundem autor com escritor com narrador. Em primeiro, Pessoa. Salve! Em seguida uns versos parcos meus:
Eu, poetisa, sei fingir minha dor na veracidade
Tal estrela que agoniza ao se pôr
E desvela o brilho na obscuridade.
Rei
NA...
A certos imortais da Academia, o meu repúdio. Aos outros, dedico minha ironia ácida, enquanto corto os impulsos para não cometer exageros. Senão vem algum brasileiro com complexo de Parnaso querendo estancar esta verborragia aguda.
2 comentários:
Que bom ser uma Masoquista bem quista. Só sou sádica com os fingiDORes de poeta!
Adoro o ritmo da tua escrita.
Beijos.
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