meu
abrigo sou eu
sou
assim tantas peças
de
roupa em cadeiras
cama,
aparador e chão
que
mais pareço fruto
de
uma explosão
frascos
de creme em
estantes
e prateleiras
o
capacete em destaque
sobre
a cadeira vermelha
o
abajur negro camuflado
entre
a bagunça da mesa
sou
kitsch em meio
a
canecas repletas
de
canetas mortas
sobre
o mármore frio
e
livros para todo lado
desordenados
como a chuva
de
cartas de baralho
que
cai sobre Alice
sou
três espelhos dispostos
entre
quatro paredes
sou
uma bola de vôlei
ao
lado do livro de Alice
Munro
sou um tapete velho
enrolado
no meio do caminho
sou
a sacola junto a porta
com
tudo que vou jogar fora.
Tarco
2 comentários:
Tua alma te abriga tão bem, que me obriga a dizer o quanto posso ler de ti o que prende e liberta no quarto de mim também: somos vastidão porque damos vida ao inanimado - quando ele não corresponde, a gente joga fora no lixo. POEMAÇO LINDO! S2
Que leitura, sista linda--
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